A cadeia produtiva do cavalo é responsável por uma geração de empregos diretos e indiretos estimada em 3,2 milhões de postos de trabalho, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), mais do que o dobro da sofisticada cadeia produtiva do automóvel, na qual trabalham 1,5 milhão de pessoas, da extração do minério de ferro às revendas.Considerando a geração direta de empregos, a equinocultura chega a empregar cinco vezes mais do que as 17 montadoras instaladas do país. A CNA mostra que o agronegócio do cavalo emprega cerca de 650 mil trabalhadores, contra os 112 mil da indústria automobilística – dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A eficiência que chegou às grandes montadoras aumentou a produtividade, reduzindo a mão de obra humana, o que ainda não ocorreu na equinocultura, em que o manejo humano não encontrou substituto. “Do fim da década de 90 para cá, o número de empregos diretos na indústria automobilística caiu pela metade”, comenta Marcelino Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região.
Na equinocultura, a tecnologia chegou forte à transferência de embriões e à indústria agroveterinária. Rações, medicamentos e as novas técnicas de reprodução sofisticaram a criação, empurrando a qualificação do plantel por meio da transferência de embriões. Tecnologia que faz crescer a tropa, estimada em 5,8 milhões de animais – e, com isso, o número de postos de trabalho.Assim como o carro, o cavalo vem se consolidando como uma espécie de paixão nacional do brasileiro. O agronegócio do setor, segundo números da CNA, movimenta um mercado de R$ 7,5 bilhões ao ano e, como ocorre em outras indústrias, aquece também uma longa cadeia que se desdobra do chão de fábrica aos serviços, que, além da porteira, vão desde a produção de ração e medicamentos até selas e artigos de montaria. “Quando se tem uma base primária moderna, o setor de serviços, que tende a remunerar melhor, é fortalecido. Ao contrário, quando se tem uma base débil, esse desenvolvimento é comprometido” , comenta Márcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
fonte: Estado de Minas -Ricardo Beghini e Marinella Castro.