Entre livros de metodologia cientifica e rascunhos com tópicos para apresentação de um trabalho por um instante fiquei contemplando o papel de parede do meu notebook; eu saltando um “sessentinha” como se fala, mas que me alegra ao ponto de expor a foto na tela... impossível não pensar no cavalo... e longe de querer ser poetisa, resolvi deixar o momento de inspiração me levar...quando falo em abraçar o cavalo penso o quanto compartilhamos esse sentimento de adoração a essas criaturas magníficas.
Infelizmente, nem todos os cavalos gostam de serem abraçados (será que algum gosta, ou os conquistamos com uma cenoura ou torrãozinho de açúcar?). O fato é que estes seres exercem fascínio sobre nós... nos preocupamos tanto com o seu bem estar que para outros talvez possa parecer loucura. Preocupamos-nos com seus nomes, ai se trocar uma sílaba, uma letra a pronúncia... Chamamo-nos de filho, bebê, amor da mãe (sim, da mãe, até hoje não vi um homem chamar se cavalo nesses termos, não publicamente é claro, mas é sabido que compartilham o mesmo carinho), conversamos com eles. Às vezes os nomes de reis e rainhas e deuses são substituídos por um estridente: MATUNGO! E quem não perde a calma com a criatura amada de vez em quando? Eles entendem, eu acho. Chamá-los de filhos de uma égua não pode ofendê-los, porém é melhor não arriscar... tenho para mim que o cavalo é o nosso “terra” que dispersa toda energia ruim que conosco está, e nos faz esquecer do mundo por algum tempo... acredito que no momento do salto, ficamos mais próximos de Deus, sem a pretensão de alcançar o céu, mais com a sensação semelhante.
Os cavalos não falam, no entanto nos escutam, não falam por palavras, mais retribuem como podem. Existe até uma súplica do cavalo ao seu dono, concordo plenamente! Em cavalo não se bate, cavalo se respeita. Cavalo iguala a todos assim como uma roda de chimarrão, em cima do cavalo somos todos iguais, em terra também, mas montados, compartilhamos a mesma sensação extraordinária de estar com um amigo fiel, que espera que nós simplesmente sejamos seus donos, éticos e sensíveis ao ponto de compreender seus anseios, vivendo dignamente numa relação de reciprocidade...
Eu amo meu cavalo, e você?
Léia Sardagna, amazona da Sociedade Hípica Jaraguá e poeta nas horas vagas.
Um comentário:
Olha ....!!!parabéns!!Falou tudo!!
É isso ai Léia!!!
Cyntia Tetto
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