quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Reflexões


Apaixonada pelo tradicionalismo e gaúcha de tradição, ouço muito as músicas nativas, aquelas bem campeiras onde o gaúcho fala de sua relação de afeto com os cavalos... é uma relação diferente da nossa, onde fala da lida no campo, de domar cavalo xucro, trazer a “prenda” do baile, em fim não existe gaúcho sem cavalo e mesmo quem não goste desse estilo de música, se algum dia escutar alguma, certamente vai ouvir o compositor enaltecendo o cavalo...

Outro dia ouvi uma música onde dizia que o “vivente” - sai campo a fora pra visitar a namorada, com a lobuna prateada.... e então fiquei imaginando essa “lobuna prateada”seria uma égua cor de prata? Como é linda essa definição, não importa se é tordilho, castanho, baio... Por isso o título desse texto, quisera eu, entender das pelagens, das raças... ou então fazer essas analogias tão belas... algo assim: tenho um cavalo branco como as nuvens do céu com a crina acinzentada semelhante as nuvens que trazem chuvas para fecundar o chão... e deixei a imaginação ir mais longe lembrando de outros cavalos que conheço e como poderia descrevê-los... cavalo cor de mel, do mais puro mel silvestre que adoça a vida... cavalo cor de chocolate, daqueles de dão água na boca... cor de canela de confeitar bolo... vermelho como o fogo que ilumina a noite escura... negro como uma noite serena... seria tão simples se assim fossem definidas as pelagens, pelo que sentimos e não pelo que é convencionado... não quero aqui contrariar especialistas, mais pensem como seria bom definir a raça do cavalo pelo que ele representa para nós e não pelo papel que tem...

Seria algo do tipo; meu cavalo é da raça mais fiel e amiga, ou mais gentil e afetuoso, ou ainda meu cavalo é da raça valente e audaciosa...

Quisera eu também entender seus sentimentos... através de um olhar, de um gesto que fosse... aprendi que cavalo nunca erra e levo isso comigo pra sempre, só que queria entender o que passa em seus corações na hora de um refugo... se eles sentem medo, se reconhecem seus donos... quisera conhecer o mais íntimo de seus desejos... se sentem solidão nas baias, se gostam de nossa presença, do banho, do nome... quando sentem dor, quisera ter o dom sublime de aliviá-los do sofrimento, pois certamente uma das piores sensações é notar aquele olhar abatido e mesmo que se faça tudo que esteja a nosso alcance, sempre parece que é pouco...

Quisera que não existissem cavalos puxando carroças com um peso além das suas possibilidades, com os cascos feridos... quando vejo uma cena assim, meu coração se parte aos pedaços, pois Deus foi tão perfeito, que deu a esse nobre animal a capacidade de resistir até mesmo onde não existe condições...

Meio de transporte, sustento de muitos, esporte para poucos... quisera saber qual sua real “função”entre nós... as vezes, gostaria de vê-los livres correndo pelas montanhas verdejantes, entre potros em grandes plantéis, como nos filmes do velho oeste, mais eu preciso do meu cavalo todo dia...

Quisera entender essa paixão...

Leía Sardagna, amazona da SHJ.

OBS:Para aprender sobre pelagens de cavalos, olhar em:

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